Todos os dias tento me atualizar lendo as notícias de jornais, newsletters, e´mails e uma leitura rápida em algumas principais revistas, além de troca de informações com os amigos e colegas nas redes sociais, WhatsApp e Skype. Hoje, inclusive, já podemos fazer tudo através do “simples” Smartphone.
E foi essa odisseia diária que me fez lembrar novamente de uma reportagem do Renato Bernhoeft que li e depois escrevi em um blog a algum tempo atrás. Ela comentava sobre a “tecnoangustia”. Mas o que é isso afinal de contas? É meu amigo, também fazem parte do caminhão de informações diárias as novas palavras que irão compor nosso novo vocabulário, ou seja, precisamos de reciclagem diária. Com isso vocês já devem ter percebido a quantidade de conhecimento que temos e que precisamos adquirir. Daí é que aparecem palavras novas como esta. Com o crescimento, velocidade e a facilidade dos meios de acesso a comunicação e somada a tecnologia, elas nos provocam para o quanto podemos e devemos saber.
Mas, a necessidade de ter mais informação acaba provocando a angústia, e o problema é procurar saber demais.
O escritor americano Richard Saul Wurman que se tornou um arquiteto de informação, já escreveu mais de 75 livros dos mais diversos assuntos, entre eles medicina, mercado financeiro, animais de estimação, etc. Ele comenta que o segredo é não saber nada em relação ao tema, e que o descobrimento sobre o assunto é o que realmente interessa para a maioria dos leitores. Ele comenta: “Que num mundo onde pessoas são cercadas de informação não saber nada sobre certos assuntos pode ser tão importante para a saúde mental quanto o silêncio é para o musico.”
A sensação de que o mundo gira mais rápido do que se pode acompanhar acaba levando a frustração e angustia das pessoas. E é fácil reparar, pois vemos o tempo todo aparecer equipamentos mais modernos e sistemas mais recentes que devem ser absorvidos por nós para ficarmos atualizados em nossas carreiras e relacionamentos. Em certas áreas o conhecimento pode ficar ultrapassado em menos de seis meses.
Mas a dificuldade maior da “tecnoangustia” é que devemos aceitar a mudança. Para isso precisamos meios de superar estas bruxas que nos impedem mudar e compreender as novas tecnologias, cada uma a seu tempo e necessidade.
Veja abaixo algumas questões para reflexão sobre os sintomas típicos. Estas informações foram retiradas do livro “Ansiedade da Informação”, de Richard Wurmann.
“Por mais esforço que faça, não consegue sentir-se atualizado com o mundo a sua volta. Sente-se culpado cada vez que olha para a pilha de jornais, revistas e o volume de e´mails recebidos que não conseguiu ler.Fica abatido quando uma pesquisa na internet resulta num documento de dezenas de páginas, pois acredita que, se não ler todas elas, não saberá tudo que deve sobre o assunto. Acena afirmativamente, sem convicção, sempre que alguém menciona um livro, um filme ou uma notícia que você, na verdade, nunca ouviu falar. Acha que o problema é seu e não do fabricante quando percebe que não consegue seguir as instruções para montar um aparelho que comprou. Cerca-se de aparelhos na esperança de que simples presença deles a sua volta ajude a torná-lo uma pessoa mais adaptada a alta tecnologia. Sente-se envergonhado quando tem dizer “não sei” mesmo que a pergunta se refira a sucessão no Nepal ou no novo programa de correio eletrônico da Microsoft.”
Reflita e faça com que estas observações se revertam a seu favor.
Somente a título de conhecimento, mas não fique “tecnoangustiado” em precisar saber:
Uma edição de final de semana do “New York Times” possui mais informação que uma pessoa comum que morava na Inglaterra no século XVII poderia receber durante toda a sua vida. Existem atualmente mais de 2 bilhões de páginas disponíveis na internet. No início da década de 90 haviam apenas dez canais na televisão brasileira, hoje já há mais de 100 emissoras no ar e de diversas línguas e assuntos.
Uma ótima semana.
Fabiano Felipe